Saúde sexual. Um guia para quem está na puberdade
Será que você sabe o que é saúde sexual? Te explicaremos o conceito de saúde sexual e reprodutiva e a sua importância. Bora saber mais sobre o assunto!
O que você pensa quando ouve a palavra sexualidade? Muito além da prática sexual, este é um fenômeno biológico, psicológico e social. Isso quer dizer que está relacionado a todo o nosso ser e a forma como vivemos em sociedade. Dito isso, podemos afirmar que sexualidade é, também, uma questão de saúde pública. E é por isso que vamos falar aqui sobre saúde sexual.
Entenda o que é saúde sexual
Segundo o HERA (Health, Empowerment, Rights and Accountability), saúde sexual é definida assim:
“É a habilidade de mulheres e homens para desfrutar e expressar sua sexualidade, sem riscos de doenças sexualmente transmissíveis, gestações não desejadas, coerção, violência e discriminação. [...] A saúde sexual valoriza a vida, as relações pessoais e a expressão da identidade própria da pessoa. Ela é enriquecedora, inclui o prazer e estimula a determinação pessoal, a comunicação e as relações”.
A importância da saúde sexual
O que podemos entender a partir disso é que a sexualidade, como parte de saúde pública, deve ser pauta presente na educação, antes mesmo da primeira relação sexual, para que seja assegurado o conhecimento sobre os direitos sexuais e reprodutivos.
Essa é uma forma de ajudar na prevenção e tratamento de doenças, infecções sexualmente transmissíveis e, claro, da concepção de gestações indesejadas.
A importância da saúde reprodutiva
O comprometimento, por parte do Estado, com a saúde reprodutiva é fundamental para colaborar em reduzir consideravelmente o número de casos de gravidez na adolescência.
Essas gestações indesejadas podem ocasionar, ainda, a realização de abortos clandestinos, que colocam a vida de milhares de mulheres em risco.
Como garantir a saúde sexual e reprodutiva?
Por tudo isso, é papel do Estado trabalhar em rede na promoção da saúde sexual de cada cidadão, especialmente de adolescentes. De que forma isso pode ser feito?
Segundo o Manual “Cuidando de Adolescentes: orientações básicas para a saúde sexual e reprodutiva”, do Ministério da Saúde, esses são alguns importantes passos:
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Promoção de ações de educação em saúde e de atendimento diferenciado, considerando o contexto familiar e social dos e das adolescentes.
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Acesso facilitado aos preservativos pelo Sistema único de Saúde.
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Criação de ações relacionadas ao planejamento reprodutivo de adolescentes, respeitando a diversidade sexual.
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Realização de ações de educação em saúde sexual e para o exercício da sexualidade, orientando os adolescentes quanto a seus direitos para que possam fazer escolhas saudáveis de acordo com seus projetos de vida e decidir, em que momento e se querem ou não ter relações sexuais.
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Orientação sobre todos os métodos contraceptivos disponíveis, inclusive os métodos contraceptivos naturais, para que possam fazer escolhas livres e bem-informadas, incluindo o respeito às suas concepções religiosas.
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Esclarecimento sobre os efeitos da interação de alguns métodos contraceptivos com o uso de drogas lícitas e ilícitas.
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Apoio e informação aos adolescentes que são soropositivos, para o exercício da sexualidade e da vida reprodutiva.
Ainda segundo o manual, no serviço de saúde, o adolescente precisa encontrar apoio e compreensão para que sua sexualidade e sua vida sexual não sejam julgadas, especialmente ao que se refere às ISTs e DSTs:
“O cuidado na abordagem da sexualidade desse adolescente assegurará que ele (ou ela) possa tomar para si o cuidado do seu corpo e lidar de maneira adequada e segura com os seus desejos, isento de culpa e medos que muitas vezes atrapalham sua capacidade de perceber o risco para DST, HIV/aids e hepatites virais.”
É importante destacar que adolescentes, de 10 a 19 anos de idade, têm direitos a serem atendidos pelo sistema público sem discriminação, de qualquer tipo, com garantia de consentimento informado e esclarecido, de privacidade e de sigilo.
Na mesma faixa etária – 10 a 19 – os pacientes podem ser atendidos sem a presença dos pais, se assim preferirem.
Por isso, pode se sentir segura, protegida e confortável para se consultar com os profissionais de saúde, está bem? O importante é não deixar a sua saúde sexual de lado. Cuide-se!
Tati Barros
Jornalista mineira, com mais de dez anos de experiência. É criadora e apresentadora do podcast Solteira Profissional, que aborda o universo de relacionamentos e sexualidade. Produz conteúdos para diversos veículos e formatos, com foco, especialmente, nas editorias de saúde, bem-estar e comportamento. Tem um grande interesse em pautas feministas e sempre está envolvida com essa temática.