Questionando Estigmas

Gravidez psicológica pode atrasar a menstruação?

Camila Luz
19 Jan, 2023
4 min. de leitura
Ilustração de mulher tapando virilha com as mãos

Você sabe o conceito de gravidez psicológica? Neste artigo te contamos se a gravidez psicológica pode atrasar a menstruação. Vem descobrir mais sobre o tema!

A gravidez psicológica é um distúrbio emocional que pode afetar algumas mulheres que têm um desejo intenso de engravidar. Como toda questão de saúde mental, pode ter impactos físicos, afinal, corpo e mente estão conectados. Mas será que a gravidez psicológica faz a menstruação atrasar?

 

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O que é gravidez psicológica

A gravidez psicológica é o que o próprio nome diz: a mulher acredita que está grávida e, muitas vezes, até tem sintomas de gravidez. Mas tudo é fruto da mente. 

 

Segundo a ginecologista Rebeca Gerhardt, os sintomas podem ser provocados pela própria mulher, sem que ela perceba. Ela pode, por exemplo, ingerir mais calorias e acabar ganhando peso. Seu abdômen pode ficar distendido e suas mamas podem até produzir leite. 

 

"Um dos sintomas é a saída de leite pelo mamilo, pois a mulher pode ficar apertando e manipulando a mama. Como algumas mamas são sensíveis à manipulação por estímulo, acabam produzindo o leite", diz.

 

A gravidez psicológica geralmente afeta as mulheres que têm um desejo muito intenso de engravidar. "Mas é importante destacar que a gravidez psicológica é um evento agudo, pontual", explica a dra. Rebeca. Ela é considerada uma condição motivada por diversos fatores e que exige o acompanhamento e apoio de um profissional de saúde mental, como um terapeuta ou psiquiatra.

 

Mitos e verdades sobre a gravidez psicológica

Entende, afinal, o que é mito e o que é verdade quando o assunto é gravidez psicológica.

 

  • Gravidez psicológica faz a menstruação atrasar

Assim como qualquer outro evento de saúde mental, a gravidez psicológica pode fazer a menstruação atrasar. "A mente tem um impacto no corpo que a gente ainda não consegue mensurar", diz a dra. Rebeca. Ela explica que momentos estressantes, traumas e outras questões relacionadas às emoções podem acabar provocando atrasos na menstruação, como quando você vai prestar vestibular, terminou um namoro ou perdeu alguém querido, sabe? Portanto, a gravidez psicológica entraria nesse bolo.

  • O teste de gravidez pode dar positivo?

Este é um mito — a gravidez psicológica não tem potencial de fazer um teste de gravidez dar positivo. "O exame de gravidez detecta a presença do hormônio HCG, que só é produzido quando a mulher está de fato grávida", explica a ginecologista.

  • A gravidez psicológica passa sozinha

Este é o principal mito que precisamos derrubar! A gravidez psicológica exige acompanhamento com profissionais de saúde mental, assim como apoio da família e de pessoas queridas.

  • Gravidez psicológica prejudica as chances de a mulher engravidar

Também é mito. "A gravidez psicológica não prejudica as chances de a mulher engravidar. Ela não é causa de infertilidade", diz a dra. Rebeca. É claro que, como mente e corpo estão intimamente conectados, as emoções podem acabar influenciando. Mas fisiologicamente, a gravidez psicológica não afeta as chances de uma possível gestação.

  • Vontade de engravidar provoca gravidez psicológica?

Em geral, o desejo intenso de engravidar está, sim, associado à gravidez psicológica. Mas não é tão simples. Na verdade, os médicos e cientistas ainda não têm certeza sobre o que a provoca, mas acreditam que as causam sejam emocionais mesmo e podem, inclusive, estar relacionadas com outros eventos na vida que impactem a saúde a mental. 

 

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Portanto, apenar sonhar em ser mãe não é um fator de risco para desenvolver uma gravidez psicológica, tá? Problemas de saúde mental têm muitas causas emocionais, fisiológicas, genéticas e até externas que ainda estão sendo investigadas pelos cientistas. 

 

E se acontecer com você, vamos derrubar estigmas e buscar ajuda. Você não precisa passar por isso sozinha ❤️

Camila Luz 

Jornalista formada pela Cásper Líbero, estudou Mídias Internacionais na Université Paris 8 e é mestre em Jornalismo e Direitos Humanos, com especialização em Diplomacia, pela Sciences Po Paris. Escreve sobre saúde, ciência e tecnologia desde 2016, com maior dedicação à saúde da mulher. Também é consultora em comunicação para organizações internacionais. Vive em Washington D.C. (EUA) e é fã assídua dos livros da Elena Ferrante.

 

Dra. Rebeca Gerhardt

Ginecologista e obstetra formada pela Universidade Estadual de Londrina – sua cidade natal – compartilha todo seu conhecimento médico com Kira e suas leitoras. Fala sem estigmas sobre saúde íntima, sexualidade, cuidados com a ppk e autoestima.

A Kimberly-Clark Brasil não oferece garantias ou representações quanto à integridade ou precisão das informações. Estas informações devem ser usadas apenas como um guia e não devem ser consideradas como um substituto para aconselhamento médico profissional ou de outro profissional de saúde.